Amazônia
A Amazônia, região situada na América do Sul, abriga a Floresta Amazônica – considerada a maior floresta tropical do mundo – e a bacia do rio Amazonas. A área, 60% brasileira, abrange também os territórios da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
No Brasil, a Amazônia é delimitada por uma área chamada “Amazônia Legal”, definida com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), em 1966. A Amazônia Legal ocupa os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
A biodiversidade das espécies da região é outro atrativo. As plantas, os animais e os microrganismos fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano. As florestas da Amazônia concentram 60% de todas as formas de vida do planeta, mas calcula-se que somente 30% de todas elas são conhecidas pela ciência.
O solo da Amazônia é muito pobre. Apesar disso, a fauna e flora amazônicas são extremamente ricas devido ao estado de equilíbrio atingido pelo ecossistema. A Floresta Amazônica, segundo cientistas, é a única autossustentável, porque os nutrientes do solo são provenientes da decomposição de folhas, galhos e animais mortos, que formam uma espécie de adubo natural.
Caracterização:
A Amazônia possui grande importância para a estabilidade ambiental do Planeta. Nela estão fixadas mais de uma centena de trilhões de toneladas de carbono. Sua massa vegetal libera algo em torno de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera, via evapotranspiração, e seus rios descarregam cerca de 20% de toda a água doce que é despejada nos oceanos pelos rios existentes no globo terrestre.
Além de sua reconhecida riqueza natural, a Amazônia abriga expressivo conjunto de povos indgenas e populações tradicionais que incluem seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, babaçueiras, entre outros, que lhe conferem destaque em termos de diversidade cultural. Este patrimônio socioambiental brasileiro chega ao ano de 2002 com suas características originais relativamente bem preservadas. Atualmente, na Amazônia, ainda é possível a existência de pelo menos 50 grupos de indígenas arredios e sem contato regular com o mundo exterior.
A Amazônia, como floresta tropical, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Todos os elementos (clima, solo, fauna e flora) estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como principal.
Durante muito tempo, atribuiu-se à Amazônia o papel de “pulmão do mundo”. Hoje, sabe-se que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumida à noite. Mas, devido às alterações climáticas que causa no planeta, a Floresta Amazônica vem sendo chamada como “o condicionador de ar do mundo”.
A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é o berço de inúmeros povos indígenas e constitui-se numa riquíssima fonte de matéria-prima (alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais).
Localização:
A extensão total aproximada da Floresta Amazônica é de 5,5 milhões de km², sobrepondo-se à área da bacia hidrográfica amazônica com 7 milhões de km² (incluindo a bacia dos rios Araguaia e Tocantins). A floresta amazônica distribui-se mais ou menos da seguinte forma, dentro e fora do território nacional: 60% no Brasil, e o restante (40%) pela Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela
Estes 60% correspondentes ao Brasil constituem a chamada Amazônia Legal, abrangendo os Estados do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, oeste do Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Além destas "divisões", a floresta amazônica ainda engloba 38% (1,9 milhões de km²) de florestas densas; 36% (1,8 milhões de km²) de florestas não densas; 14% (700 mil km²) de vegetação aberta, como cerrados e campos naturais, sendo 12% da área ocupada por vegetação secundária e atividades agrícolas.
Fauna:
Os invertebrados constituem mais de 95% das espécies dos animais existentes e distribuem-se entre 20 a 30 filos. Na Amazônia, estes animais diversificaram-se de forma explosiva, sendo a copa de árvores das florestas tropicais e o centro da sua maior diversificação.
Um total de 163 registros de espécies de anfíbios foi encontrado para a Amazônia Brasileira. Esta cifra equivale a aproximadamente 4% das 4.000 espécies que se pressupõem existir no mundo e 27% das 600 estimadas para o Brasil.
As aves constituem um dos grupos mais bem estudados entre os vertebrados, com o número de espécies estimado em 9.700 no mundo, sendo que, deste total, 1.677 estão representadas no Brasil.Amazônia, há cerca de 1.000 raras.
O número total de espécies de mamíferos existentes no mundo é estimada em 4.650, com 502 representantes no Brasil. Na Amazônia, são registradas anualmente 311 espécies, sendo 22 de marsupiais, 11 edentados, 124 morcegos, 57 primatas, 16 carnívoros, dois cetáceos, cinco ungulados, um sirênio, 72 roedores e um lagomorfo.
Porem, todos estes números devem ser considerados como aproximados, por existirem uma diversidade da fauna ainda desconhecida na Amazônia.
FLORA AMAZÔNICA
A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida, com um fantástico potencial
de plantas utilizáveis para o paisagismo, e é constituída principalmente de
plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Araceæ,
Heliconiaceæ, Marantaceæ, Rubiaceæ, entre outras. Essa flora herbácea, alem do
aspecto ornamental, seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência,
desempenha vital função no equilíbrio do ecossistema.
Como exemplo, temos:
- Helicônias; com uma grande variedade de espécies com coloridas inflorescências. São de
presença marcante nas nossas matas úmidas e tem uma importante função no
equilíbrio ecológico;
- Palmeiras; tem uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas serras,
formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras
amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de
classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o
paisagismo.
Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como:
bromélias, orquídeas, imbés e cactos. Essas plantas são importantes para a fauna
que vive exclusivamente nos galhos e copas das árvores. Dentre os animais que se
integram na comunidade epífita, temos os macacos, os sagüis. as jaguatiricas, os
gatos-do-mato,
lagartos,
araras, papagaios, tucanos e muitos outros que se especializaram nesse habitat,
acima do
solo.
Com o corte das árvores, as epífitas desaparecem e, com elas, toda a fauna
associada.
Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável
de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta foram
ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam
conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo,
estão o visgueiro, os ingás, a sumauma, muitas espécies de figueiras, os
taxizeiros, a moela de mutum, a seringueira e o bálsamo.
fonte: http://www.colegioweb.com.br/biologia/floresta-amazonica.html
CLIMA
O clima é do tipo equatorial,
quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o ano, em torno de
26ºC.É muito comum na região, os períodos de chuva provocados em
grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos.
Bacia Amazônica
Chuvas e inundações na bacia amazônica
É um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de
mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante
os meses de chuva, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros,
podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isso significa que durante metade do
tempo, grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior
área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000
Km2.
Rio Amazonas
O rio Amazonas começa no Peru, na confluência dos rios Ucayali e Maranõn.
Entra no Brasil com o nome de Solimões e passa a chamar-se Amazonas quando
recebe as águas do rio Negro, no interior do Estado do Amazonas.
No período das chuvas, os rio chega a crescer 16 metros acima de seu nível
normal e inunda vastas extensões da planície, arrastando consigo terras e
trechos da floresta. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo
freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. As áreas
alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de
inundação muito maior que muitos países da Europa juntos. Apenas a ilha do
Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.
O rio Amazonas conta com mais de 1.000 afluentes e é o maior e mais largo rio
do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O
volume de suas águas representa 20% de toda a água presente nos rios do planeta.
Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo
(16 vezes maior que a do rio Nilo). Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é
de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros.
O rio Amazonas disputa com o Nilo o título de maior rio do mundo, mas é
imbatível em volume d'água. Recebe cerca de 200.00 Km2 água por
segundo e, em alguns pontos, o rio é tão largo que não dá para ver a outra
margem.
Pororoca
Na foz do rio Amazonas, quando a maré sobe, ocorrem choques de águas,
elevando vagalhões que podem ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de
distância, é a pororoca.
O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos
outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano
atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence
a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar
até 5m e avança rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que
é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio.
No dialeto indígena do baixo Amazonas o fenômeno da pororoca tem o seu
significado exato, poroc-poroc, que significa destruidor.
Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no
Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas.
Acontece nos estuários rasos de todos rios que desembocam no golfo amazônico e
no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá, e também nos rios Sena e
Ganges.
Rio Negro
Suas águas são mesmo muito escuras. Isso acontece por causa da decomposição
da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pela
inundações.
Como a água é muito ácida e pobre em nutrientes, é este processo que garante
a maior parte dos alimentos consumidos pela fauna aquática.
Rio Solimões
Quando o rio Solimões se encontra com o Negro (ganhando o nome de rio
Amazonas), ele fica bicolor. Isso acontece por que as águas, com cores
contrastantes, percorrem vários quilômetros sem se misturar.
Desmatamento da Floresta Amazônica
A Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das
espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, a área total vítima do desmatamento
da floresta corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por
minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano. Com esse processo, diversas
espécies, muitas delas nem sequer identificadas pelo homem, desapareceram da
Amazônia. Sobretudo a partir de 1988, desencadeou-se uma discussão internacional
a respeito do papel da Amazônia no equilíbrio da biosfera e das conseqüências da
devastação que, segundo os especialistas, pode inclusive alterar o clima da
Terra.
SOLO AMAZÔNICO
OS SOLOS DA AMAZÔNIA SÃO MUITO FÉRTEIS
POIS SUPORTAM UMA FLORESTA EXUBERANTE
Os levantamentos de solos da Amazônia constataram que apenas
14% da área é ocupada por solos de boa fertilidade. O restante da área – 86% - é
constituída por solos de baixa fertilidade, ou seja, com reduzida quantidade de
nutrientes para as plantas. Se isso é verdadeiro como é possível existir uma
floresta tão exuberante? O que ocorre é um equilíbrio solo-floresta-solo, onde
as plantas vivem da ciclagem de nutrientes. O ciclo de nutrientes entre a
floresta e o solo é quase fechado e contínuo, com a maior parte dos nutrientes
localizados na própria biomassa. É importante considerar, ainda, que fatores
como intensa radiação solar e água em abundância, favorecem a fotossíntese, o
que contribui para a formação e manutenção da floresta.
OS SOLOS DA AMAZÔNIA SÃO DIFERENTES DOS
OUTROS SOLOS DO BRASIL
O enfoque ecológico-alarmista em relação à Amazônia, nos leva a
pensar que possua solos com alguma coisa de especial e diferente em relação às
demais regiões brasileiras. Comparando-se a cobertura pedológica da região
amazônica com as demais regiões brasileiras, conclui-se que, no resto do Brasil,
também ocorrem solos muito semelhantes. Portanto, essa região não possui solos
"especiais", que demandem técnicas de cultivo diferenciadas.
CLASSE DE SOLOS
(ORDEM)
|
ÁREA OCUPADA (km2)
|
%
|
LATOSSOLOS |
2.103.440
|
41,05
|
ARGISSOLOS |
1.687.880
|
32,94
|
PLINTOSSOLOS |
376.260
|
7,34
|
GLEISSOLOS |
314.450
|
6,14
|
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS |
246.540
|
4,81
|
NEOSSOLOS LITÓLICOS |
133.150
|
2,60
|
ESPODOSSOLOS |
99.950
|
1,95
|
C.LATERÍTICOS |
74.480
|
1,45
|
CAMBISSOLOS |
40.250
|
0,79
|
NITOSSOLOS |
23.900
|
0,47
|
OUTROS SOLOS |
23.380
|
0,46
|
TOTAL |
5.123.680
|
100,00
|
Fonte dos dados: mapas e boletins de levantamentos de solos
da EMBRAPA.
Fonte de informação: http://www.escola.agrarias.ufpr.br